Cildo Meireles
Cildo Meireles (Rio de Janeiro, 1948) é um dos artistas brasileiros mais reconhecidos internacionalmente, conhecido por sua obra conceitual e pela profundidade crítica com que aborda temas sociais, políticos e econômicos. Atuando a partir da década de 1960, Cildo integrou a geração que consolidou a arte contemporânea brasileira, especialmente por meio de trabalhos que unem experiência sensorial, reflexão intelectual e engajamento político.
Formado pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), começou a se destacar ainda jovem com obras que questionavam os sistemas de poder, a circulação de valores e as estruturas institucionais da arte. Nos anos 1970, cria a célebre série Inserções em Circuitos Ideológicos, na qual intervém em objetos de grande circulação — como garrafas de Coca-Cola e cédulas de dinheiro — para subverter seus significados e promover reflexões sobre consumo, ideologia e resistência à censura do regime militar.
Sua produção transita entre diversas linguagens, incluindo instalações, objetos, esculturas e intervenções conceituais. Obras como Eureka/Blindhotland (1970–75), Através (1983–89) e Desvio para o Vermelho (1967–1984) exploram a percepção, o espaço e a participação do espectador, transformando a experiência artística em vivência física e simbólica.
Cildo Meireles é considerado um dos mais importantes representantes da arte conceitual e sensorial contemporânea, mantendo diálogo com questões universais — como poder, liberdade e comunicação — sem perder o enraizamento na realidade brasileira.

