Luiz Ventura

Luiz Enjolras Ventura (São Paulo, 1930)

Artista multifacetado brasileiro, Luiz Ventura destacou-se como pintor, gravador, desenhista, muralista, cenógrafo, ilustrador, decorador, diretor de arte e ficcionista. Iniciou sua trajetória artística na década de 1940, produzindo xilogravuras e participando de exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior. Trabalhou como auxiliar de cenografia no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e colaborou com artistas renomados como Clóvis Graciano, Di Cavalcanti e Candido Portinari em murais e painéis.

Entre 1949 e 1951, Ventura residiu em Paris, onde frequentou a Académie de la Grande Chaumière e aprofundou seus estudos artísticos. Posteriormente, viveu na Europa e na China, atuando como professor de português e estudando técnicas orientais de gravura em madeira, que também lecionou na Universidade Católica de Santiago, no Chile.

A obra de Ventura abrange múltiplos estilos e técnicas, refletindo constante busca por inovação e expressão artística. Entre suas produções destacam-se pinturas como Composição Surrealista (1983), A Quem Possa (1983), Beatriz de Blusa Amarela (2013), Figuras e Paisagem (1982) e 450 Anos de Exclusão Social (2003). Seu trabalho demonstra sensibilidade na representação figurativa, abstracta e surreal, explorando tanto temas sociais quanto experimentações formais.

Ventura foi também um dos fundadores do Clube de Gravura de São Paulo, em 1953, e participou de exposições importantes como o Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro, em 1953, onde recebeu prêmio aquisição. Sua obra integra acervos de instituições renomadas, como o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP), consolidando-o como um dos artistas mais versáteis e respeitados da arte brasileira do século XX.