Sérgio Bertoni
Sérgio Bertoni (Niterói, RJ, 1924* – São Paulo, SP, 2019) foi pintor, escultor e publicitário. Filho de Miguel e Valentina Bertoni, mudou-se para São Paulo ainda na infância e consagrou toda a sua obra pictórica à cidade que adotou como lar. Formou-se em 1950 pela Escola de Belas Artes de São Paulo, dedicando-se sobretudo à pintura, mas também atuando por décadas na publicidade e na direção de arte, atividades que exerceu até 1980.
Sua produção artística, marcada por cores vibrantes e pela atenção quase fotográfica ao cotidiano, transformava ruas, praças, monumentos e cenas corriqueiras em composições de caráter poético. Bertoni considerava sua pintura uma espécie de “crônica visual” da cidade, uma reportagem artística de seu tempo, onde São Paulo era tanto cenário quanto personagem.
Entre suas obras mais emblemáticas estão o Monumento ao Motorista (1966), instalado no quilômetro zero da Via Dutra, e o painel de 3m x 8m criado em 1989 para o prédio da Bolsa de Valores de São Paulo. No campo escultórico, também produziu peças em bronze, como Erótica (1994).
Sua primeira exposição individual ocorreu em 1982, no MASP, com Pauliceia Desvairada. No mesmo ano participou do 5º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ. Seguiram-se individuais e coletivas de destaque, como São Paulo Vida Minha (1984), na Galeria Paulo Figueiredo; a mostra na Galeria Croqui (1985), em Campinas; e a exposição Balada do Cotidiano (1994), na Bovespa. Também retornou ao MASP em 1986, com uma nova individual.
Ao longo da carreira, recebeu diversas homenagens, entre elas o Troféu Loba Romana, concedido pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em 1993. Suas obras, hoje presentes em coleções públicas e privadas, continuam a ser valorizadas no mercado de arte e evocam a memória viva da São Paulo que ele eternizou em telas e monumentos.
*Algumas fontes indicam 1926 como ano de nascimento, mas há registros que apontam 1924.

