Willys de Castro

Willys de Castro (Uberlândia, Minas Gerais, 1926 – São Paulo, São Paulo, 1988)

Pintor, gravador, desenhista, cenógrafo, figurinista e artista gráfico, Willys de Castro é um dos expoentes do movimento neoconcreto brasileiro, reconhecido pela exploração de cores puras, formas geométricas e efeitos que remetem ao design gráfico. Mudou-se para São Paulo em 1941, estudou desenho com André Fort e, após se formar em química em 1948, iniciou suas primeiras experiências com pintura, aderindo à abstração geométrica e, em 1953, ao construtivismo. No ano seguinte, funda com Hércules Barsotti um estúdio de projetos gráficos, participa do movimento Ars Nova e apresenta poemas concreto-visuais no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC).

Na segunda metade da década de 1950, aproxima-se do movimento concreto, unindo-se em 1959 ao Grupo Neoconcreto do Rio de Janeiro, ao lado de Lygia Clark, Ferreira Gullar, Barsotti e Franz Weissmann. Nesse período, suas obras, muitas vezes intituladas apenas como Pintura, exploram questões de equilíbrio, tensão e instabilidade, combinando cores puras, formas geométricas e efeitos óticos. Obras como Pintura 172 (1957) e Desintegração 5 revelam sua preocupação com a relação entre simetria e assimetria, movimento e percepção visual.

Entre 1959 e meados da década de 1970, desenvolve os Objetos Ativos, peças tridimensionais de madeira cobertas com telas pintadas, fixadas à parede de modo que o espectador precise se movimentar para observá-las integralmente. Nessa série, Willys questiona o suporte bidimensional tradicional, aproximando-se de experimentações de Lygia Clark e Hélio Oiticica, e explora a relação entre superfície, espaço e percepção. A partir dos anos 1970, os Pluriobjetos expandem essas pesquisas, transformando deslocamentos e reordenações de elementos em esculturas que não têm ponto de observação fixo, reforçando a interação do público com a obra.

Além de sua produção artística, Willys de Castro atua na programação visual, cenografia e figurinos para teatro, cria estampas industriais e participa de publicações como a revista Teatro Brasileiro e Vértice. Sua obra é marcada pela investigação da cor, forma, espaço e tempo, consolidando-o como um dos mais notáveis realizadores da arte construtiva brasileira, capaz de transpor a tela tradicional e explorar suportes tridimensionais com rigor e inventividade.